URNAS ELETRÔNICAS – Como funciona a logística das eleições?

URNAS ELETRÔNICAS – Como funciona a logística das eleições?

No vídeo contamos todos os detalhes da logística das urnas eletrônicas:

 

A logística das urnas

O Brasil tem 496.512 seções eleitorais espalhadas pelos 5570 municípios, além de 181 no exterior. Já imaginou a complexidade que é a operação logística para levar as urnas em todos esses locais?

No dia 2 de outubro os mais de 156 milhões de eleitores no Brasil estarão com toda a estrutura de votação preparada em quase 500 mil locais de votação. Mas você já se perguntou como as urnas eletrônicas chegam aos locais de votação, e o que acontece com elas entre os períodos eleitorais?

História das urnas eletrônicas

As urnas eletrônicas foram criadas em 1996, como uma forma de reduzir as possibilidades de fraudes que aconteciam com os votos realizados através de cédulas de papel. Desde 2000, elas são usadas em todos os locais de votação no país. O advento da urna facilitou e tornou mais rápido o processo de votação, além da apuração, que antes demoravam semanas, e hoje, em menos de 24 horas já é possível saber os vencedores de cada cargo.

A parte física da urna, os hardwares, são comprados através de licitação, e o software que roda nos equipamentos, é um programa próprio, desenvolvido pela equipe do Tribunal Superior Eleitoral. Nas eleições desse ano iremos utilizar equipamentos fabricados para a eleição de 2008 para cá, obviamente com o software atualizado para a versão mais recente. A cada eleição novos equipamentos são comprados, para substituir os eventuais defeituosos e também para acompanhar o crescimento do número de eleitores.

A operação logística das urnas eletrônicas

Nos períodos entre as eleições, os equipamentos ficam armazenadas em galpões climatizados sob responsabilidade do TSE, e também nos estados, nos TRE’s, que são os Tribunais regionais eleitorais. A cada 4 meses elas tem as baterias recarregadas e passam por testes, para conferir se está tudo funcionando bem, o programa, as teclas,os sons emitidos, a impressora e etc.

Depois que o arquivo com os dados dos candidatos são inseridos nas urnas, o equipamento é lacrado, com um modelo especial de lacre. Esse lacre, desenvolvido pela casa da moeda do Brasil muda de cor a qualquer tentativa de violação. Um outro detalhe é que as urnas, em nenhum momento são ligadas a algum tipo de rede de dados, seja com fio ou sem fio,  garantindo que elas funcionem como sistemas isolados e praticamente impedindo que sejam invadidas por hackers.

O transporte das urnas eletrônicas

Próximo das eleições, os equipamentos são enviados para os cartórios eleitorais nos municípios, utilizando transportadoras parceiras, e em algumas regiões, o próprio exército brasileiro que fica encarregado do transporte. Os equipamentos ficam armazenados sob vigilância policial 24 horas por dia, em um local definido pelo juiz eleitoral da região. E na véspera da eleição são levados para os locais de votação, para a montagem das seções.

Essa última parte da viagem depende de cada região, como o nosso país é diverso e com várias peculiaridades, o modal de transporte utilizado pode variar, com equipamentos sendo distribuídos usando caminhões, barcos e até aviões e helicópteros.

A operação no dia da eleição

Os equipamentos são ligados pouco antes do início do horário de votação. Cada presidente de seção, pode solicitar a troca do equipamento se notar qualquer indício de violação de urna ou mau funcionamento do sistema. Em todas as zonas eleitorais existem equipamentos reservas disponíveis para serem usados em caso de necessidade de substituição.

Durante esse processo, nos depósitos do TSE, uma quantidade de urnas fica armazenada como reserva técnica. Essas estão preparadas para serem enviadas de forma emergencial a alguma região caso aconteça algum problema com o local de armazenamento das urnas, como um incêndio ou alagamento, por exemplo.

Logo antes da abertura da seção eleitoral, é impresso um documento chamado Zerésima, que traz o relatório de todos os candidatos cadastrados na urnas, aptos a receberem votos, e também mostrando que todos eles estão zerados, ou seja, ainda não tem nenhum voto computado naquele equipamento.

O que acontece no final do dia de votação?

No final do dia, quando encerra o horário de votação, o chefe de seção encerra a urna, e é impresso um documento chamado Boletim de Urna, com o registro de todos os votos realizados naquele equipamento. Um boletim desse é colado na porta da seção, e representantes de partidos podem receber cópias dos mesmos. Um arquivo com a quantidade de votos é salva em um flash drive, com uma assinatura digital criptografada para garantir a segurança dos votos. O drive é enviado para o cartório eleitoral, onde esse arquivo é baixado e enviado por uma rede segura ao TRE. No TRE é feito a contabilização e somatório dos votos para os candidatos.

Voltando a seção, os funcionários devem encaixotar de novo a urna e seus componentes, pois o processo contrário precisa ocorrer. Todos os equipamentos são coletados em todas as quase 500 mil seções eleitorais e devem retornar para os galpões de armazenamento do TSE e TRE. Iniciando novamente os processos de armazenagem, testes preventivos regulares, troca de componentes se necessário, até a chegada do momento das próximas eleições.

Conclusão

No caso das eleições, mais uma vez conseguimos mostrar que sem a logística, com os processos de compra de suprimentos, armazenagem e transportes, além de todo o planejamento para isso acontecer, não seria possível organizar um evento de proporções tão grandes.

E então pessoal, me diz aqui nos comentários, vocês já tinham pensado na complexidade logística que envolve o processo de eleições?