Buser e Flixbus – Esquenta a briga das startups de ônibus no Brasil

Flixbus Brasil

Buser e Flixbus – Esquenta a briga das startups de ônibus no Brasil

Flixbus Brasil! É essa novidade que vem para esquentar o mercado de ônibus no Brasil. Confira esse conteúdo em vídeo no nosso canal:

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Introdução

O Brasil é um país de dimensões continentais, mas mesmo assim, a aviação não atingiu ainda todo o seu potencial, com passagens caras, pouca oferta de voos, principalmente regionais. Por isso, o volume de transporte de passageiros através de ônibus ainda é muito grande. E isso deixa o mercado atrativo.

Buser

As startups de transporte de passageiros chegaram para tentar quebrar com monopólios e disputar com as grandes empresas de ônibus, que oferecem passagens caras e nem sempre um serviço condizente com o valor pago. A Buser, quando começou aqui em MG, mesmo seguindo a legislação vigente e com liminares autorizando viagens, teve diversas viagens interrompidas por fiscais, que arrumavam algum problema de última hora, impedindo os ônibus de pegarem estradas. Aparentemente, essas interrupções pararam e a empresa tem conseguido aumentar o número de viagens e expandir as origens e destinos.

Para dar suporte a essa expansão, a empresa realizou em maio desse ano uma nova rodada de captação de recursos, onde investidores injetaram R$700 milhões de reais na empresa. Com essa nova rodada de investimento, a empresa está muito próxima de se tornar mais um unicórnio brasileiro.

A empresa já está atendendo 400 municípios e afirma ter 4 milhões de usuários cadastrados na plataforma. As passagens oferecidas chegam a ser até 60% mais baratas que a companhia tradicional que faz o mesmo trecho (muitas vezes monopolista para sempre) A expectativa é que o negócio cresça 10 vezes até o final de 2022, para dar suporte a esse crescimento o investimento previsto é de 1 bilhão de reais no período.

Outros planos da empresa são: aproveitar as viagens e começar a fazer transporte de mercadorias em seus bagageiros, financiar veículos novos para as empresas parceiras nas operações, e está no forno um modelo alternativo de transporte urbano para cidades pequenas, que não tem serviço de ônibus.

Você já viajou de Buser? Me diz aqui nos comentários.

Um dos entraves para o crescimento da Buser é a regulação, as empresas tradicionais estão incomodadas com a concorrência, e o lobby tem sido forte em Brasília e nos estados para aprovação de leis que dificultam o modelo de transportes oferecido pela Buser, e mantém o monopólio das tradicionais.

Wemobi

Outro dificultador é a concorrência. O grupo JCA, que possui as marcas 1001, Cometa e Catarinense, lançou a sua própria plataforma semelhante a Wemobi. A Wemobi veio para oferecer aos passageiros uma oferta de serviço 100% digital e de baixo custo. Ela entrou no mercado oferecendo passagens RJ-SP a partir de R$19,90, ou cerca de 80% menor que o preço normal do trecho. A Wemobi tem a vantagem de dentro do grupo econômico ser detentora das rotas que opera, o que evita os problemas que a buser enfrenta frequentemente.

Flixbus Brasil

Além da Wemobi, temos a notícia de que a Flixbus quer entrar no Brasil em breve, e inclusive já contratou alguns funcionários para colocar o plano para rodar. Para quem não conhece, a Flixbus é uma empresa de transporte alemã, fundada em 2013, justamente quando houve a quebra de monopólio do sistema rodoviário alemão. Atualmente, na Europa já atende a 2000 cidades em 30 países. Em 2018, começou a operar trens, também na Alemanha, e começou a experiência do outro lado do atlântico, nos Estados Unidos.

Ela vem para o Brasil para bater de frente principalmente com a Buser, pelo modelo semelhante, de ser uma startup focada em desenvolver a tecnologia, desenvolver as rotas, e operar através de parceiros, que são as empresas de ônibus, foi assim que cresceu na Europa, e provavelmente vai ser assim que vai se aventurar no Brasil.

A empresa ainda não tem data certa para estrear no Brasil, principalmente devido aos desafios regulatórios, como falei acima, e também devido a pandemia, que reduziu as viagens das pessoas. Mas mesmo assim, de acordo com a empresa, US$650 milhões de dólares já estão separados no caixa para iniciar essa operação no país. Parte da equipe já está montada e os contatos com os possíveis novos parceiros já estão sendo feitos.

Eu já tive oportunidade de viajar várias vezes nos verdinhos, e foi uma experiência muito bacana, com tudo sendo resolvido através do aplicativo. Acredito que vão entrar no Brasil para brigar forte pela liderança no mercado.

Bom pessoal, mais concorrência é sempre bom para nós os consumidores, e esperamos que essa briga se esquente ainda mais, inclusive com o surgimento de mais participantes, quanto mais, melhor.

E então pessoal, o que vocês acham dessa briga? Ansiosos para viajar nos verdinhos?